Como aliviar a dor do que não foi vivido?
Sabia que “viver não dói... o que dói é a vida que não se vive”.
Definitivo, como tudo o que é simples nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.
Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofre apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável... Um tempo feliz.
Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas...
Por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido...
Ao lado do nosso amor e não conhecemos...
Por todos os filhos que gostaríamos de ter tido juntos...
E não tivemos...
Por todos os sonhos... E livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado e não compartilhamos...
Por todos os beijos cancelados, pela eternidade interrompida...
Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema... Para conversar com um amigo... Para nadar... Para namorar...
Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela... Nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada... Em nos compreender.
Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro esta sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso.
Se iludindo menos...
E vivendo mais!
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